A Volta das Chuvas na Amazônia
O fenômeno conhecido como “inverno amazônico” é um período marcante para a Região Norte do Brasil, e sua explicação, segundo a Revista Fama Amazônica em consulta ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), é fruto da interação de diversos fatores climáticos.
Almir Souza detalha que, enquanto o restante do Brasil enfrenta o calor típico do verão, os estados da Região Norte — Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins — vivenciam essa temporada de chuvas intensas.
Esse “inverno” não tem relação com baixas temperaturas, como no sentido tradicional da palavra, mas sim com o aumento significativo de precipitações. Entre os principais fatores que contribuem para esse fenômeno estão:
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT): Um sistema climático que atua ao longo do ano, mas intensifica sua influência durante essa época, causando chuvas ao longo da faixa equatorial.
Calor e Umidade na Floresta Amazônica: A evaporação intensa e a vegetação densa favorecem a formação de nuvens carregadas e chuvas.
Sistemas de baixa pressão: Que potencializam o transporte de umidade e aumentam a frequência de tempestades.
Almir Souza também destaca que essas mudanças climáticas afetam tanto o cotidiano da população — alterando o ritmo de trabalho, transporte e abastecimento — quanto o meio ambiente, influenciando os rios, a fauna e a flora locais. Além disso, há preocupações crescentes sobre o impacto humano, como desmatamento e queimadas, que podem interferir na dinâmica natural desse fenômeno.
O fenômeno do “inverno amazônico” intensifica as chuvas na região Norte, desempenhando um papel crucial na cheia dos rios que, em 2024, enfrentaram secas extremas, destacando as oscilações climáticas que impactam diretamente o ciclo hídrico da Amazônia. Esse período de chuvas intensas é vital para a recuperação dos rios e da vegetação, mas também traz desafios significativos para a saúde pública e a infraestrutura.
Segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas, apenas na última quinta-feira (2), 5.261 pessoas procuraram unidades de saúde em Manaus devido a síndromes gripais leves, um aumento associado à elevação da umidade do ar durante o período chuvoso. Esse dado reforça o impacto direto do clima sobre a saúde da população, especialmente em casos de doenças respiratórias, que tendem a se agravar com o aumento da umidade.
Além disso, a Amazônia exerce uma influência significativa sobre o clima de outras regiões do Brasil. A umidade gerada pela evapotranspiração das vastas florestas contribui para a formação de rios voadores — correntes de ar carregadas de vapor d’água que viajam pela atmosfera. Esse fenômeno afeta o volume de chuvas em áreas distantes, como o Sudeste e o Centro-Oeste, demonstrando como o equilíbrio climático da Amazônia é essencial para o país como um todo.
Almir Souza ressalta que compreender e mitigar os impactos do “inverno amazônico” requer uma abordagem integrada que considere tanto os benefícios para o ciclo hídrico quanto os desafios impostos ao cotidiano urbano e à saúde pública.
Revista Fama Amazônica ressalta que, apesar dessas ocorrências intensificadas pelo “inverno amazônico”, é importante considerar que eventos como o El Niño desempenham um papel central no clima da região e do mundo. Esse fenômeno, que ocorre periodicamente, afeta diretamente os padrões de chuva e temperatura em várias partes do planeta, incluindo a Amazônia.
Em anos influenciados pelo El Niño, como 2024, é comum observar alterações significativas no clima, incluindo secas extremas, como as que afetaram os rios da Amazônia recentemente, seguidas por chuvas intensas que caracterizam o “inverno amazônico”. Essas oscilações mostram como o sistema climático global está interligado, com o El Niño sendo um dos principais fatores que modulam as condições climáticas na região Norte.
A Fama Amazônica reforça que a expectativa é de que, mesmo com as mudanças climáticas globais e os fenômenos naturais, a Amazônia continue desempenhando seu papel como um dos principais reguladores do clima global. É essencial, no entanto, que a população e os gestores públicos estejam preparados para lidar com os impactos desses fenômenos, buscando minimizar seus efeitos negativos e proteger a biodiversidade e os recursos naturais da região.
por Almir Souza-Redator Hacker Free Lancer
Fonte Redação Fama
Foto AAS