Amazônia 2025 – Planejar antes de uma crise
A Revista Fama Amazônica reconhece as incertezas que marcam o início de 2025, especialmente com a possibilidade de uma nova seca extrema que pode impactar gravemente a região amazônica, principalmente na margem direita do rio Amazonas. Diante desse cenário, é crucial adotar medidas preventivas e estratégicas para mitigar os efeitos potenciais e aproveitar as oportunidades que possam surgir. Algumas providências essenciais incluem:
Fortalecimento das Políticas Ambientais: Intensificar a fiscalização e a aplicação das leis ambientais para prevenir o desmatamento e as queimadas, que contribuem para as secas extremas.
Investimento em Infraestrutura Hídrica: Desenvolver e modernizar a infraestrutura de armazenamento e distribuição de água para assegurar o abastecimento em períodos de seca prolongada.
Monitoramento e Previsão Climática: Ampliar os sistemas de monitoramento meteorológico e hidrológico para prever e responder prontamente às condições climáticas adversas.
Educação e Conscientização: Implementar campanhas de conscientização para a população local sobre a importância da conservação dos recursos hídricos e a adoção de práticas sustentáveis.
Parcerias e Colaborações: Estabelecer parcerias entre governos, organizações não governamentais e setor privado para desenvolver projetos de preservação ambiental e sustentabilidade.
Diversificação Econômica: Promover a diversificação das atividades econômicas na região para reduzir a dependência de recursos naturais suscetíveis a variações climáticas.
Ao adotar essas medidas, será possível não apenas mitigar os impactos de uma possível seca extrema, mas também fortalecer a resiliência da região amazônica, garantindo um futuro mais sustentável e próspero.
A margem direita do rio Amazonas enfrenta desafios logísticos e econômicos significativos, que exigem planejamento e investimento para serem superados. Nesse cenário, a BR-319 assume uma posição crucial como um eixo vital para a região. O pleno funcionamento desta rodovia não deve mais ser visto como uma aspiração futura, mas sim como uma necessidade imediata. A BR-319 é fundamental para:
Conectar Comunidades Isoladas: Facilitar o acesso de comunidades remotas a serviços essenciais, como saúde e educação, além de promover a integração social e cultural.
Garantir o Abastecimento de Insumos: Assegurar a chegada de alimentos, medicamentos e outros bens de primeira necessidade, especialmente em períodos de adversidade climática.
Escoar a Produção Regional: Permitir que a produção agrícola e industrial da região alcance os mercados, contribuindo para o desenvolvimento econômico local.
Fortalecer a Resiliência Regional: A rodovia proporcionará uma alternativa de transporte terrestre mais eficiente, reduzindo a dependência exclusiva do transporte fluvial, que pode ser comprometido em períodos de seca extrema.
A especulação sobre uma nova seca reforça ainda mais a urgência da manutenção e expansão da BR-319. Este projeto deve ser parte de um plano estratégico robusto e contínuo, com investimentos sustentados e políticas públicas que garantam sua operação eficiente e sustentável, assegurando que a região possa enfrentar futuros desafios com maior resiliência.
O setor privado deve assumir um papel de liderança para fomentar ações mais ousadas do poder público, especialmente em um contexto de incertezas climáticas e desafios logísticos na região amazônica. A construção de cenários alternativos, desde os mais otimistas até os mais críticos, exige um planejamento compartilhado e um diálogo constante entre todos os atores envolvidos.
Em situações de crise climática, a previsibilidade torna-se um ativo inestimável. As empresas têm a responsabilidade de pressionar por medidas que garantam a estabilidade e a mitigação de riscos, como a manutenção de contrapartidas fiscais, que podem ser vitais para assegurar a continuidade das operações e investimentos na região.
Um exemplo claro dessa necessidade é a refinaria de Manaus, cuja operação tem um impacto direto na redução dos custos de combustível e gás de cozinha. Esses itens são essenciais para a competitividade regional e para a segurança das populações vulneráveis. Ao garantir o funcionamento eficiente da refinaria, o setor privado contribui para a redução dos custos logísticos e energéticos, elementos fundamentais para o desenvolvimento econômico e social da Amazônia.
Portanto, a liderança do setor privado deve ser voltada para a construção de um ambiente propício ao crescimento sustentável, onde políticas públicas e investimentos privados andem de mãos dadas, assegurando um futuro mais estável e próspero para a região.
A reforma tributária apresenta desafios significativos ao colocar em xeque muitos dos incentivos fiscais que sustentam o modelo econômico da região amazônica. No entanto, as contrapartidas fiscais são fundamentais para garantir a resiliência em cenários desafiadores. A refinaria de Manaus desempenha um papel estratégico crucial, não apenas por gerar empregos, mas também por assegurar o abastecimento regional, especialmente durante períodos de maior vulnerabilidade.
Manter esses benefícios fiscais vai além de uma questão meramente econômica. É uma garantia de estabilidade para milhões de pessoas que dependem de preços acessíveis para combustíveis e insumos básicos. Em um ambiente de incerteza climática e econômica, a preservação desses incentivos é essencial para:
Proteção das Populações Vulneráveis: Prevenir o aumento nos custos de vida, que afetaria desproporcionalmente as famílias de baixa renda.
Competitividade Regional: Assegurar que as empresas da região possam competir de maneira justa no mercado nacional e internacional, mesmo diante das adversidades.
Segurança Energética: Garantir que o abastecimento de combustíveis e gás de cozinha permaneça estável e acessível, contribuindo para a segurança energética da região.
Sustentação do Emprego: Manter os postos de trabalho gerados direta e indiretamente pela refinaria, fundamentais para a economia local.
Portanto, a manutenção das contrapartidas fiscais associadas à refinaria de Manaus e a outros setores estratégicos é vital para a estabilidade econômica e social da região, especialmente em um cenário de reforma tributária que ameaça os incentivos que até agora têm sustentado o modelo
A experiência recente destaca que tragédias só podem ser mitigadas com planejamento e ação coordenada, envolvendo governos, setor privado e academia em um esforço conjunto. Esse alinhamento é essencial para preparar o Amazonas para qualquer eventualidade, por meio da criação de uma infraestrutura mais robusta e da implementação de políticas públicas focadas na mitigação de impactos socioeconômicos em situações adversas.
A ciência tem um papel crucial na antecipação de cenários e no desenvolvimento de soluções adaptativas. Pesquisas sobre gestão hídrica, preservação ambiental e tecnologias sustentáveis devem ser centrais nas decisões estratégicas. A incorporação desse conhecimento ao planejamento regional é vital para enfrentar as incertezas do futuro com eficácia.
A Bancada Amazônica no Congresso Nacional tem a responsabilidade de garantir que os recursos arrecadados pelo Polo Industrial de Manaus sejam direcionados para iniciativas que beneficiem a população e fortaleçam a infraestrutura regional. Essa articulação é indispensável para assegurar que as necessidades da Amazônia sejam uma prioridade nacional. Não faz sentido manter o Amazonas como um dos principais contribuintes da Receita e adiar o provimento de uma infraestrutura competitiva.
Tragédia nunca pode ser o ponto de partida. Independentemente de o Amazonas enfrentar uma nova seca extrema em 2025, é fundamental agir preventivamente. A preparação contínua e estratégica, baseada em previsões realistas e em um compromisso com o desenvolvimento sustentável, é o caminho para transformar desafios em oportunidades e garantir um futuro próspero para a Amazônia e o Brasil. Planejar antes de uma crise é a única forma de construir uma resiliência verdadeira e promover o desenvolvimento regional a longo prazo.
Por Almir Souza – Redator Hacker FreelancerFonte:
Redação Fama-
Fonte Sindicato da indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus
Foto: AAS