Fama Amazônica – O brasileiro e o hábito da leitura
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Fama Amazônica – Já estamos cansados de saber que a leitura é importante. Mas por que ela é tão essencial? Ler melhora sua capacidade argumentativa, amplia seu vocabulário e enriquece seu conhecimento sobre o mundo. A leitura também desenvolve a imaginação, a empatia e o pensamento crítico, habilidades fundamentais para qualquer pessoa em qualquer área da vida.
Mesmo assim, é raro encontrar um grande grupo de pessoas que realmente gostem de ler.
Pare e reflita: no seu grupo de amigos e na sua família, quantas pessoas leem com frequência? Quantas têm o hábito de presentear livros e ficam empolgadas ao receber um?
Se você responder que a maioria das pessoas ao seu redor age dessa forma, devo dizer que você está em um ambiente privilegiado, onde o estímulo à leitura é valorizado. Infelizmente, a realidade brasileira e amazonense está muito distante disso.
O Brasil nos rankings de leitura e educação
Nos principais rankings relacionados à leitura, aprendizagem, cultura e matemática, o Brasil ocupa lugares que retratam muito bem o descaso do país com a educação.
A Fama Amazônica pesquisou: no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que mede o nível educacional de jovens de 15 anos por meio de provas de Leitura, Matemática e Ciências, o Brasil ocupa a posição 57 de 77.
Segundo o relatório dessa pesquisa, os estudantes brasileiros marcaram uma média de 413 pontos em leitura. A média dos outros países que participaram da pesquisa é 487.
A avaliação ainda mostrou que 50% dos estudantes brasileiros atingiram o nível 2 (de 6) de leitura, quando a média mundial é de 77%.
Estudantes com o nível 2 de leitura são aqueles capazes de identificar a ideia geral de um texto de tamanho médio, encontrar informações dentro do texto e refletir sobre o propósito e a forma do texto quando for pedido explicitamente.
Cerca de 2% dos alunos no Brasil alcançaram os maiores níveis de leitura, os níveis 5 ou 6 no PISA, enquanto a média da OCDE é de 9%. Nesses níveis, os alunos conseguem compreender textos longos e complexos, lidar com conceitos abstratos e distinguir entre fato e opinião com base em pistas implícitas no conteúdo. Esse dado evidencia o grande déficit de leitura crítica no país.
Os impactos da falta de leitura
A baixa taxa de leitura no Brasil tem consequências profundas. Pessoas que leem pouco costumam ter mais dificuldades em argumentação, interpretação de textos e análise crítica, o que afeta diretamente a capacidade de aprendizado e tomada de decisões. Além disso, a falta de leitura reduz as oportunidades profissionais, já que muitas carreiras exigem habilidades avançadas de compreensão textual e comunicação.
Outro impacto significativo é a fragilidade da democracia. Em um país onde poucos conseguem interpretar corretamente notícias e distinguir desinformação de fatos, há uma maior vulnerabilidade à manipulação midiática e política.
Porque as escolas sozinhas não são o suficiente
Muitos acreditam que o hábito da leitura deve ser criado apenas na escola. No entanto, se a leitura não for incentivada em casa e na sociedade, os alunos tendem a associá-la apenas a uma obrigação acadêmica, não a um prazer.
As bibliotecas escolares muitas vezes têm poucos livros atrativos para os jovens, e os professores precisam lidar com turmas grandes e currículos engessados, sem muito espaço para estimular a leitura de forma natural. Assim, a leitura se torna uma atividade imposta, em vez de um hábito espontâneo.
O preço dos livros atrapalha os leitores?
Outra barreira à leitura é o preço dos livros. No Brasil, os livros são considerados bens culturais, mas seu alto custo os torna inacessíveis para grande parte da população.
Embora existam bibliotecas públicas e projetos de doação, muitas pessoas não têm acesso fácil a esses espaços ou não sabem onde encontrá-los. A democratização da leitura passa também pela criação de políticas que incentivem o acesso a livros a preços mais acessíveis.
Propostas para incentivar a leitura no Brasil
Para mudar essa realidade, é necessário investir em diferentes frentes:
Ampliação de bibliotecas públicas e comunitárias – Criar mais espaços de leitura acessíveis e bem abastecidos.
Eventos literários e feiras do livro – Estimular a leitura com encontros entre autores e leitores.
Incentivos fiscais para editoras e livrarias – Reduzir o preço dos livros e torná-los mais acessíveis.
Uso da tecnologia – Plataformas digitais podem facilitar o acesso a obras literárias.
Campanhas de incentivo à leitura – Promover desafios de leitura e projetos em escolas e comunidades.
Como posso me tornar um leitor?
Se você quer criar o hábito da leitura, mas não sabe por onde começar, tente seguir estas dicas:
Comece devagar – Escolha livros curtos ou sobre temas que você já gosta.
Estabeleça metas pequenas – Ler 10 minutos por dia já é um bom começo.
Encontre um gênero que lhe agrade – Ficção, biografias, fantasia, mistério… há um universo de opções.
Frequente bibliotecas e livrarias – Explore os espaços e veja o que desperta seu interesse.
Participe de clubes de leitura – Conversar sobre livros pode tornar a experiência mais envolvente.
Gostaria de transformar sua relação com os livros? Então comece agora mesmo! Busque uma biblioteca ou livraria mais próxima e dê o primeiro passo para uma vida mais rica em conhecimento e imaginação.
Por Almir Souza-Redator Hacker Free Lancer
Fonte Redação Fama
Foto AAS