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“A Helicônia da Amazônia: Uma Triste Realidade”

No início do século XX, durante o auge e a decadência do ciclo da borracha no Amazonas, Manaus pulsava entre o luxo dos barões seringalistas e a miséria das áreas periféricas. Era nessa parte esquecida da cidade que vivia Ilkar, uma jovem professora que dedicava sua vida ao ensino das crianças pobres, enquanto suportava a dureza de um casamento sem amor.

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Seu marido, um homem consumido pelo álcool e pela frustração, era apenas uma sombra do que um dia poderia ter sido. Ele bebia constantemente e descontava sua raiva e desilusão em Ilkar, que suportava em silêncio os maus-tratos.

Para escapar da sua triste realidade, Ilkar refugiava-se nas sessões de cinema, única fonte de encanto e sonho em sua vida árdua. Mas além do cinema, havia algo mais que lhe trazia conforto: a helicônia, uma planta tropical vibrante que crescia no pequeno quintal de sua casa.

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Suas pétalas vermelhas contrastando com o verde das folhas, delicadas e fortes ao mesmo tempo, eram para Ilkar um símbolo de esperança e resistência. Sempre que chorava, suas lágrimas caíam sobre a terra onde a helicônia florescia, como se sua dor também nutrisse a planta. A flor, tão bela e resiliente, lembrava-lhe que mesmo em meio à adversidade, a vida podia brilhar com cores intensas.

Dentre todos os filmes que assistia, havia um que a fascinava mais que os outros: A Rosa Púrpura do Cairo. Ela já o vira quatro vezes, e cada vez que os créditos subiam, sentia-se ainda mais envolvida na história. Mas foi na quinta vez que o impossível aconteceu.

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Durante a projeção, o herói do filme, um galante aventureiro de olhos brilhantes e sorriso confiante, saiu da tela e a chamou pelo nome. O cinema inteiro silenciou. Os outros personagens da trama ficaram desorientados, enquanto os espectadores boquiabertos tentavam entender o que viam.

O encantador protagonista, que chamava a si mesmo, declarou seu amor por Ilkar e lhe prometeu uma vida de aventuras, longe das agruras de sua existência. Desacreditando de seus próprios olhos, mas incapaz de resistir, ela o seguiu para além da escuridão do cinema, para um mundo onde finalmente era tratada com carinho e respeito.

A notícia do acontecimento espalhou-se pela cidade e logo chegou aos ouvidos do ator real que interpretava Tom Baxter em Hollywood. Desesperado para conter o escândalo, o astro viajou até Manaus, determinado a trazer o personagem de volta à tela e evitar o colapso da fantasia cinematográfica.

Mas ao encontrar Ilkar, ele próprio se viu encantado por sua força e doçura, criando um dilema inesperado para a professora. Agora, ela se dividia entre dois amores: o herói fictício que representava seus sonhos e o homem real, que carregava consigo todas as imperfeições e possibilidades da vida verdadeira.

Na última vez em que esteve em sua casa, antes de tomar sua decisão, Ilkar olhou para a helicônia e compreendeu algo essencial. A flor não podia fugir. Ela crescia, resistia e se adaptava. Talvez ela precisasse fazer o mesmo. Em um ato simbólico, ela colheu uma das flores e a segurou junto ao peito, como se buscasse nela a força para decidir seu destino.

Presa entre o desejo de escapar e a necessidade de enfrentar sua própria realidade, Ilkar precisará decidir: permanecer na ilusão ou arriscar-se na incerteza do amor fora das telas?

A escolha que fizer mudará para sempre o rumo de sua história e de sua alma.

Considerado e escrito por Almir Souza uma obra-prima, A Helicônia da Amazônia é, sem dúvida, uma carta de amor ao que, na época, conhecia e seu poder na vida das pessoas. O roteiro, muito bem escrito por mim diz, traz metalinguagem, personagens bem desenvolvidos e belos questionamentos sobre o ser humano. Uma história de sentimentos.

Fama Amazônica.. Uma das histórias mais criativas que Almir Souza já escreveu e um dos finais mais tristes também. Bem ambientado e bem narrado.

Fama Amazônica.. A helicônia é uma planta tropical originária da Amazônia, conhecida por suas flores exuberantes e cores vibrantes.

Helicônia é planta amazônica.. De grega, no entanto, a helicônia não tem nada, essa espécie é nativa da Amazônia, tanto do lado brasileiro quanto da parte peruana..

O estado do Acre tem tantas touceiras que, lá, elas são praticamente mato.

Fama Amazônica.. Gostaram da História muitíssimo obrigado!

por Almir Souza Redator Hacker
Fonte Redação Fama
Foto AAS

Almir Souza

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